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PESQUISA

Abaixo as cinco linhas de pesquisa estruturantes do DIANSARE
Nascimento

 

Ementa: A linha de pesquisa objetiva compreender o fato nascimento humano e a própria concepção do que seja vida sobre diferentes enfoques, como da saúde, da religião, do direito e em debates de gênero e raça, seus imbricamentos e tensões. São estudadas aqui questões como o parto (hospitalar, humanizado, domiciliar e o realizado por parteiras), o aborto, a interrupção de gravidez de fetos anencefálicos, os embriões de laboratório e a constituição de sujeitos de direitos, em diversas instâncias sociais e institucionais, como no Poder Legislativo (Luna, 2009; Gomes, 2009), no Poder Judiciário (Diniz; Brum, 2005; Fragale Filho, 2015; Luna, 2018), em hospitais (Rezende, 2019) e fora deles (Fleischer; Viana; Morin, 2020; Instituto Terraviva, 2019). A maternidade e a paternidade, inclusive as licenças parentais, também constituem objetos de estudo desta linha estruturante do DIANSARE.

Sexualidade

 

Ementa: A linha de pesquisa tem como pressupostos os entendimentos de que o exercício da sexualidade é fato natural da existência humana e que a temática é abordada no campo do direito, da antropologia, da saúde e da religião, dentre outros. Neste mote, são objetos da linha de pesquisa os debates interdisciplinares sobre a sexualidade exercida dentro de molduras institucionais e religiosas, como, por exemplo, do casamento, fora delas, em novas configurações (Natividade, 2009, 2019; Zambrano, 2006), entre fronteiras (Olivar, 2019) e àquelas consideradas como dissidentes (Díaz-Benítez; Fígare, 2009; Fígare, 2009; Oliveira, 2009; Zilli, 2009; 2018). Permeiam, também, nossas reflexões as representações do feminino e do masculino (Contins, 2009; Eggert; Neuenfeldt, 2019; Gascón, 2019; Lauro, 2019; Paim, 2017; Pasini, 2009; 2017; Pinto, 2019; Soares, 2019; Souza, 2009), inclusive, com recorte de raça (Silva, 2019), as fantasias sexuais (Lowenkron, 2013), as doenças sexualmente transmissíveis (Seffner et. al., 2009), os crimes de cunho sexual e as violências contra a mulher (Mesquita, 2019, 2020; Gregori, 1993; 2008; Vieira, 2007).

Morte

 

Ementa: A linha de pesquisa tem por objetivo entender a morte humana, os processos de morrer, de luto e os seus rituais de modo contextualizado e sobre diferentes aspectos, como da saúde, da religião e do direito, seus signos e seus significados. São estudadas aqui a eutanásia, a distanásia, a ortotanásia e o suicídio (Menezes, 2009a 2009b; Gomes; Menezes, 2012; Dejours, 2019; Dejours; Bègue, 2009), mas também a perda e o luto em tempos de pandemia (Almeida; Bernardo, 2020), os corpos indigentes e o processo estatal de construção de suas identidades (Rezende, P. 2012; Báo; Lobo, 2020; Dê, 2019), além de edificações memoriais (Pereira, 2021), enquanto “lugares de memórias” para se evitar o esquecimento de genocídios históricos. O “direito à boa morte” e aos cuidados paliativos, o trabalho com o morrer, igualmente, constituem objetos de estudo desta linha estruturante do DIANSARE.

Trabalho

 

Ementa: A linha de pesquisa tem por objeto diversas reflexões sobre a categoria trabalho, dentro de uma perspectiva analítica interdisciplinar e para além do tradicional binômio analítico trabalho regulado versus trabalho precarizado. A sociologia do trabalho é acionada para refletir sobre as crises do capitalismo, a restruturação do processo produtivo, o neoliberalismo, as alterações no mundo do trabalho e o próprio papel do Estado nas políticas sociais e trabalhistas (Alves, 2018, 2011, 2007; Anderson, 1995; Antunes, 2020a, 2020b; Antunes, Braga, 2009; Apollinário, 2010; Cardoso, Lage, 2007; Castel, 1978, 2010; Druck, Franco, 2010; Sennett, 2009; Supiot, 2005). A Sociologia das profissões torna-se referencial para discussões sobre ofícios e profissões (Bubar, Tripier, Boussard, 2015; Champy, 2009; França, Nummer, 2015; Vedana, 2013). A história oral e a antropologia contribuem para a reflexão do trabalho nas minas, seja na Europa do século XIX (Lima, 1993), perpassando pelo Brasil da Era Vargas (Maia, 2014, 2019) e também em tempos de versões repaginadas de crimes ambientais e do trabalho (Zhouri, 2018). Debruçamos aqui, ainda, sobre as tensões e as contradições entre trabalho produtivo, o reprodutivo (Borges, 2017, 2018) e o trabalho doméstico remunerado (Brites, 2003, 2007, 2017; Velho, 2012); o trabalho voluntário e o trabalho religioso, aquele vocacionado das freiras (Grossi, 1990) ou com nuances empresariais (Fragale; Alvim et. al., 2004). Perpassam também as reflexões da linha de “trabalho” do DIANSARE o objeto “instituições do trabalho” e o “acesso à Justiça” (Fragale, Castro, Alvim, 2023; Wandelli, Sznelwar, Tavares, 2022), por meio de pesquisas empíricas e contextualizadas.

Metodologia, Ética e Interdisciplinaridade

Ementa: A linha de pesquisa se debruça sobre diversas metodologias e sistemas éticos para coleta e analise de dados relativos às demais linhas do DIANSARE, com enfoque prioritário em tipos, técnicas e métodos de pesquisas adotados pela antropologia e disciplinas afins, como a história oral (Burke, 1992; Maia, 2014, 2019), a psicologia social (Costa, 2008) e a psicodinâmica do trabalho (Dejours, 1992; 2006; 2009; 2013; 2018; 2021). O recorte privilegia investigações empíricas, contextualizadas, interdisciplinares e transdisciplinares, que buscam realizar estudos minuciosos, em escalas microscópicas e com descrição densa (Geertz, 1989), para compreender signos sociais e seus significados. Aqui, a premissa de imparcialidade, seja do operador do direito ou do pesquisador, é abandonada, haja vista a necessidade de reflexões conjuntas sobre subjetividades, aproximação do pesquisador com objeto (Velho, 1987; Gomes; Menezes, 2008; Fonseca, 2010), afetação e estranhamentos (Favret-Saada, 2005), emoções em campo, fora dele e como motriz para a produção do conhecimento (Mesquita, 2018, 2019, 2020; Coelho, 2019). As reflexões transitam, ainda, por uma análise concreta do Direito e sobre sua legitimidade, apontando tensões, contradições e incoerências, especialmente, atinentes ao contraste discurso versus prática; ideal versus real; abstrato versus concreto; religião versus ciência no que se refere à apreciação de fatos naturais da existência humana (e.g., nascimento, morte, sexualidade e trabalho).

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